Antônio Melo: Já perguntaram às ruas?


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Por Antônio Melo
Jornalista

A ditadura caiu quando milhões de pessoas, em diversas cidades e repetidas ocasiões, foram às ruas exigindo o seu fim.

Trampolim para tal resultado, as eleições diretas derrotadas na Câmara, mas aprovadas nas ruas, ensejaram a candidatura de Tancredo Neves, pondo a última pá de cal num regime que por 21 anos submeteu os brasileiros ao seu arbítrio implacável e aterrador.

Tancredo só logrou ganhar a última eleição indireta graças ao rugido das multidões que se juntaram levando tudo de roldão, até nas cidades de pequeno porte, que brandiam por diretas, num basta aos tempos do obscurantismo.

Quando começou a campanha, ninguém dava um tostão furado pela aprovação da emenda Dante de Oliveira. Poucos meses depois, 400 mil pessoas gritavam por ela no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. 1 milhão na Candelária, no Rio e, depois, novamente São Paulo, na Praça da Sé, mais de 1 milhão e 500 mil indignados cidadãos se juntaram em comícios exigindo votar para presidente. As multidões sacudiram o país de ponta a ponta.

Tancredo foi praticamente uma unanimidade. Eleito pelas consagradoras multidões das ruas, sepultou no voto indireto um Colégio Eleitoral que era a cara da própria ditadura e que com ela morreu.

Pouco anos depois, novamente as ruas apearam Fernando Collor e sua arrogância da Presidência da República. Engana-se quem pensa que foi um fiat Elba, ou a corrupção comandada por PC Farias, ainda menos o irmão boquirroto que abriu o jogo sujo que se jogava em Brasília, a partir da "casa da Dinda". De novo as ruas fizeram o serviço limpo cassando o falso caçador de marajás.

Também foram essas mesmas ruas -manipuladas ou não- em manifestações maiores que as das Diretas, que levaram Dilma a perder seu mandato, com um governo e um partido destroçados e desmoralizados por denúncias de corrupção.

Marchamos para as eleições. Antes delas, anuncia-se para logo a prisão do ex-presidente Lula. Condenado já está. E é medonha a pressão da chamada elite para vê-lo encarcerado. Silente. Esquecido.

Ainda assim, o nordestino sem um dedo e sem título superior, assusta. Não há uma pesquisa sequer em que não apareça na liderança com quase o dobro das intenções de voto do segundo colocado. O seu partido, mesmo com o oceano de denúncias, segue largamente como o preferido dos brasileiros. O leão pode até ser preso, mas não estará morto.

Para muitos, é aí que mora o perigo. Para outros, onde mora a esperança.

E as ruas, o que dirão?

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Mistério – O Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, desde 2014, não remete à Câmara Municipal de Natal as contas do prefeito Carlos Eduardo Alves, o Tata, para serem submetidas ao legislativo natalense. Alega que os pareceres técnicos ainda não foram concluídos. E lá se vão quatro anos.

Tata, o prefeito, tem um primo, Paulo Roberto, irmão do senador Garibaldi Alves, como conselheiro do TCE.

Mistério 2 – O governo do Maranhão anda alardeando que o estado foi o que mais cresceu no Brasil. Coisa de 9 por cento. Fica difícil entender essa riqueza se aumentou em 300 mil o número de miseráveis, no mesmo estado. O dado é do IBGE.

Para onde foi esse dinheiro todo?

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