Antônio Melo: De Jeitinho e de Desajeitado


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Antônio Melo
Jornalista

Com a “lei Mandrake” parida nos escaninhos e gabinetes parlamentares do Senado e da Câmara, preparou-se o palco para que a população brasileira, no papel de coadjuvante, referende essa quase fraude que se desenha para as próximas eleições.

Pode-se pensar em exagero do articulista. Mas basta que raciocinemos em conjunto para que se constate não haver exagero algum. Vamos lá.

Os atuais parlamentares têm a disposição instrumentos de comunicação poderosíssimos pagos por nós mesmos –verba pública- para que se promovam e se reelejam. São canais de televisão da Câmara, do Senado e das Assembleias, mais emissoras de rádio, jornais impressos (house organs) e agência de notícias, sem falar na Voz do Brasil tudo beneficiando os atuais detentores de mandatos. O que os novatos não têm.

Esse é o primeiro ponto.

É voz corrente que a verba do chamado Fundo Partidário somada ao chamado “Fundão” –Fundo Especial de Financiamento de Campanha- este último com valor total estimado em 1,7 bilhão de reais, será repartida em termos de valores, 70 por cento para os atuais detentores de mandatos e 30 por cento para os demais concorrentes.

Como o número de “marinheiros de primeira viagem” é até três vezes o número de vagas disponíveis, fica claro que, individualmente os primeiros receberão bem mais que os estreantes. Calcula-se nos grandes partidos –PT, PMDB, PSDB- que o atual detentor de um mandato de deputado federal, por exemplo, terá de verba pública algo como 2,5 milhões de reais para sua campanha. Já aos debutantes caberá pouco mais ou pouco menos de 50 mil reais. Ou seja: 25 vezes menos.

É bom não esquecer que deputados e senadores dispõem das atuais emendas parlamentares –este ano não- para fazer uns agrados em prefeitos que os apoiam, de escritório político no seu estado (além do gabinete de Brasília), com funcionários pagos pelo legislativo.

Não satisfeitos ainda os atuais parlamentares reduziram a duração da campanha e os horários de propaganda no rádio e TV. Estes, a ridículos e míseros minutos a serem rateados entre hordas de candidatos. Quem se prejudica com isso, então? É claro, quem é desconhecido. O horário gratuito que poderia viabiliza-lo, tornou isso impossível.

Um estreante conquistar um mandato é tarefa praticamente impensável. A não ser que ao invés de proselitismo político, resolva financiar sua própria campanha e gastar do bolso, pelo menos os 2,5 milhões que os atuais parlamentares poderão gastar. Do nosso bolso, claro.

Maldição – Parte de um dos túneis construídos para a Copa do Mundo de 2014, em Natal, ruiu. E com ele ruiu também o fundo do nosso bolso que terá de arcar com a conta. Quem se vangloriou com aquela obra financiada por nós mesmos, mas bancada pelos cofres da União? O então prefeito Carlos Eduardo Alves. Será que Sua ex-Excelência agora vai também bater no peito bradando que a responsabilidade do mal feito é dele?

Calçadas – E por falar nisso, cadê o dinheiro destinado à Prefeitura de Carlos Eduardo para refazer mais de 40 quilômetros de calçadas nas ruas e avenidas do entorno da Arenas das Dunas? O que foi feito com ele? O rato comeu?

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