Antônio Melo: Em nome do pai...

Resultado de imagem para antonio melo jornalistaPor Antônio Melo
Jornalista

Um pai preso. A esposa e uma filha em luta para conseguir sua liberdade. O que há de errado nisso?


Um portal escancara as gravações feitas pela Polícia Federal das conversas das duas por telefone, tanto no aeroporto de Brasília, quanto a caminho da chamada "Península dos Ministros", no Lago Sul. Dirigem-se de carona num carro de um primo senador, rumo à residência de outro senador. O que há de suspeito ou perigoso para que agentes da PF, em viaturas descaracterizadas, filmem o deslocamento e escutem as conversas no interior do veículo?


A casa em questão não é nenhum "aparelho", como eram chamados os esconderijos dos que combatiam a ditadura, nem um muquifo onde vai se realizar uma reunião clandestina de integrantes do PCC ou do Comando Vermelho. Trata-se da residência própria do ex-senador, ex-presidente do Senado e do congresso e ex-presidente da república, José Sarney, na qual ele mora, sem nenhum subterfugio, há bem mais de uma década.


Participam dois senadores da república – José Sarney e Garibaldi Alves- além da filha e a esposa do preso em questão. E o que elas querem de tão absurdo, de tão perigoso, de tão imoral que leva a PF segui-las, escuta-las? A liberdade do pai e marido.


Nos bancos escolares aprendemos, desde cedo que Antônio Silvério dos Reis, o Calabar, era uma criatura abjeta. Traiu os seus companheiros e, por seu gesto, levou o pescoço de Joaquim José da Silva Xavier à forca e Tiradentes ao panteão dos heróis nacionais. A Calabar restou a desonra da traição histórica.

Nos estranhos tempos em que estamos vivendo, talvez a historia do Brasil tenha de ser revista. Com isso, Antônio Silvério trocaria de lugar com Joaquim José. Promover-se-ia assim um traidor a herói e um herói a bandido.

São tristes mesmos os tempos atuais. Onde é feio e até suspeito uma filha e uma esposa lutarem pela liberdade do pai e do marido, mas se acha digna a atitude dos que delatam, entregam, apontam o dedo duro de conformidade com a premiação que lhes é prometida.


Qualquer pai e marido sentiria muito orgulho de ter uma filha como Andressa. E uma esposa como Laurita.


E você com isso? – No face book, a indignação de uma senhora, depois de passar pela praça 7 de Setembro, em Natal. Veja o que ela escreveu: "Hoje precisei resolver um assunto lá próximo. Quando voltei uma menina me pediu um dinheiro. Eu perguntei a idade e o que ela fazia. Resposta: 'Fumo crack, não estudo, tenho 12 anos, durmo por aqui em cima de papelões e transo com velhos que ficam aí na pracinha, por 1 Real'. Me disse que estava com fome. Fui com ela ao caldo de cana em frente à catedral velha. Dei um lanche. Comeu caladinha. Preferiu o lanche ao dinheiro".
Isso lhe diz alguma coisa?

Preocupação – Do ministro da saúde, Ricardo Barros, certamente tentando reverter a baixa popularidade do governo:


"Os planos de saúde assumem um risco antecipado por uma coisa incerta, ao não poderem reajustar a mensalidade de usuários após os 60 anos".
Se o senhor Ministro tivesse metade desse mesmo zelo com os usuários dos planos, com certeza a aprovação do governo já estaria em outro patamar.


Na alça de mira – No dia 13 de maio de 2015, o site da revista Veja exibia a seguinte nota, referindo-se à implantação do estatuto do desarmamento: 


"160.036 vidas foram poupadas no período de 2004 a 2012. Os jovens de 15 a 29 anos foram os principais beneficiários da mudança na legislação, com 112.071 vidas salvas".

O estatuto foi aprovado em 22 de dezembro de 2003 e, regulamentado, passou a vigorar no dia 2 de julho de 2004. Em 2005 houve um referendo sobre o assunto. Só 36,04% da população votou a favor da venda de armas e munição a maiores de 18 anos.

A bancada da bala quer trazer o assunto de volta.

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